terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Eu sou tia

Nasceu no dia 07 de janeiro a minha sobrinha...filha de minha irmã...Maria Eugênia. Linda e pequenina 1.900 Kg! Uma fofa ....
Desde o nascimento dela que venho pensando na rapidez da vida. Lembro com tanta clareza das minhas curiosidades sobre a minha futura família. Ficava por horas imaginando como seria quando eu tivesse marido...filhos e fosse TIA. Esse dia chegou! O que me deixa um pouco atordoada é que quando a minha mãe tinha a minha idade ... eu já tinha 15 anos! Ou seja...me olho hoje no espelho e não consigo enxergar semelhanças com aquela imagem de "mãe" que eu tinha naquela idade...tão pouco de "tia". Minhas tias eram da idade da minha mãe ou mais velhas.
Confuso???
Sim...bastante confuso eu penso! Eu caminhei por caminhos tão diferentes dos caminhos que meus pais percorreram....escolhas tão diferentes...
O título de tia até já possuia...as crianças que atendo já me denominam assim há 10 anos. Mas "ser" tia implica em novo papel e não consigo assimilar tão rápido pois ainda cosntruo o papel de mãe tão recente.
O que é ser tia??? Que lugar é esse??

"Era uma festa familiar, destas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados que ninguém conhece direito. Jogada no sofá, uma garota não estava lá muito sociável, a cara era de enterro.


Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava em sua cabeça: o que estou fazendo aqui?

De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia.


"Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filho. O que ela pode querer mais?"

Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais./ Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta?

Imaginei a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais!!!

Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável.

A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.

Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino.

Que eu nunca aceite a idéia de que a maturidade exige um certo conformismo.

Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar.

Quero uma primeira vez outra vez.

Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma primeira estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.

Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa.

Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis.

Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor.

Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo.

Me permitir ser um pouco insignificante.

E na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir.

O que eu quero mais? Me escutar e obedecer o meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores.

E também quero mais tempo livre ... e mais abraços".

Martha Medeiros

É assim que quero ser.... uma possibilidade de "SER" no papel de tia uma pessoa que não permito em outros papéis ... em outra roupa. Me livrar de vez da "responsabilidade" que me persegue e não me deixa apenas viver a minha loucura de ser "EU" na minha essência.
É bem possível que a Maria Eugênia conheça uma Grasiela que ninguém conhece. Pois pela primeira vez não me sinto na obrigação de ser a "melhor" tia e sim com uma vontade enorme de que ela tenha o melhor ângulo de mim.


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Décimo Mês

Dia 22 de janeiro Maria Clara completou dez meses. Olho para ela e vejo uma menina enorme já, tudo bem que meu conceito de bebê seja um bebê bem pequenino (prematuros que convivi por 5 anos). Praticamente ficamos um mês grudadinhas e esse intensivo foi tão gostoso!
Aquela ansiedade da separação foi passando e o ritmo da rotina mais tranquilo sem pressão de horarios, muito embora ela tenha um relógio Britânico  para fome (papinhas) banho e sono. Passeamos bastante....brincamos bastante.....crescemos bastante! Os dentes resolveram aparecer... tudo junto e de uma vez na mesma semana..(quem mandou pedir né?)...ela ficou um pouco enjoada...choroninha... e sem apetite...mas o seio salva tudo.
No domingo dia de mêsverssário dela e eu já no turbilhão de pensamentos sobre a volta ao trabalho... percebo nela que ela percebe em mim um comportamento diferente. Ambas nos comportamos diferentes quando eu trabalho e ela vai para a escola. Estamos aprendendo ainda com essa separaçãozinha que ainda é pequena e que vai aumentando aos poucos.
Mas hoje ambas ficamos bem... longe uma da outro...não muito longe....um pouco longe!
Estou fritando de idéias e correndo em ver as coisas do aniversário dela e minha nossa como é difícil definir a lista de convidados.
 Merece outro post...

- ela mama muito no peito e em livre demanda
- ela já tem 3 dentes (dois em cima e um embaixo)
- joga beijo (vários) toda vez que alguém fala a palavra "xau" ou "beijo"
- toma no canudo
- aponta o dedo indicador e aperta todos os botões possíveis e os impossíveis.
- observa tuuuuuuuuuudo e tenta fazer
- fala "adê" com as palmas das mãos viradas para cima tipo ....cadê?
- manipula vários brinquedos que antes não tinham muita graça, aperta botões, abre, fecha, liga.
- abraça eu e o pai de vez em quando que temos vontade de morder de tão fofa
- fica em pé em tuuuuuuudo que é lugar
- caiu da cama uma vez
- ainda acorda uma vez para mamar durante a noite
- continua nas frutas e sopas
- bate na bundinha do urso, da boneca fazendo de conta que coloca pra dormir
- se esconde com a mão, ou um paninho pra gente perguntar: - Cadê? Daí ela tira e a gente fala: - Achou!!!!





Tem uma curiosidade que encanta....Sou encantada por esse pequeno ser!
Obrigada por me dar a oportunidade de Ser sua mãe minha encantadora Clarinha!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ela caiu da cama!

Sim, a Maria Clara caiu da cama hoje! Foi um susto horrivel....estava dormindo em nossa cama e eu sempre fico junto pois agora ela acorda e ja vai engatinhando para a beira da cama então não é possível descuidar. Mas o celular tocou na sala.....
Fui atender, meu pai que estava a caminho....e de repente olhei para a cama e vi ela rolando para a beirinha da cama ....desliguei o celular e corri...que sensação horrível a de ver sua filha caindo e você não está lá para impedir a queda!
No chão assustada e gritando...antes de chegar no chão (ela esticou os bracinhos e perninhas, ainda bem) ela mesma amorteceu com braços e pernas mas passou o rosto no criado mudo...me procurou e eu já estava perto para acolhê-la.
Nesta hora temos a terrível tendência em dizer as crianças que "não foi nada" e elas sem entender nada pois "algo" aconteceu, doeu e elas não possuem comunicação suficiente para traduzir em palavras o que aconteceu e o que estão sentindo e ficam muito perdidas.
Falei que ela caiu, que eu me descuidei dela, que doeu muito e que ela podia chorar a vontade pois eu estava ali ..... acolhimento é isso! As crianças têm o direito a verdade e o direito a chorar suas dores! Impedir que as chorem, só acaba criando aqueles adultos que não reconhecem o que sentem pois foram impedidos de os sentir.....mentir nesta ocasião não é justo, pra ninguém!
Chorou pouco ...me abraçou e logo foi brincar! PASSOU de verdade pois dei a ela essa possibilidade...contei o que aconteceu, traduzi a ela o sentimento dela...e deixei que chorasse a dor!

Errei...faz parte do processo...sofri junto com ela....na dor crescemos as duas. Nunca mais serei tão relapsa e ela teve a primeira queda das muitas que fazem parte da infância. Um pouco de sorte (anjos da guarda) o piso é de laminado madeira e a cama bem baixa.......Obrigada Deus!

Obs. Não ficou nenhuma marca, nem arranhão, nem vermelhinho, nada!
Post sem fotos!

Damos o que temos!

Em sua maioria as pessoas acreditam que todos os seres humanos são capazes de transmitir amor, carinho, afeto, perdão, aceitação entre outros tantos sutis sentimentos...

Só é possível darmos aquilo que recebemos um dia, só consigo amar se fui muito amado, só consigo acarinhar se já fui muito acarinhado, só consigo aceitar o outro (diferente) se fui aceita, só consigo perdoar se fui perdoada....vale também para a raiva, a agressividade. Sou agressiva quando recebi e vivi agressividades! Tenho para dar aquilo que recebi....na construção da personalidade (infância)
Geralmente aquilo que eu mais observo no comportamento de outra pessoa e me é tão facilmente reconhecido (se é tão conhecido é por familiaridade não é?) mas que me incomoda tanto e que insisto em apontar.... é o canto escuro da própria personalidade que em sua maioria negamos.

Competição.....aponto competitividade pois me reconheço competindo sem conseguir admitir.
Inveja.....aponto inveja pois me reconheço invejando sem conseguir admitir.
Soberba....aponto a soberba no outro pois me reconheço no sentimento que tenho sem conseguir admitir.

É bem simples não é? Só posso reconhecer um sentimento se eu o possuo....se me mostrarem um "eprom" eu jamais reconheceria, não sei o que é e nem para quê serve (perguntei para o marido uma coisa que ele acha que se eu visse jamais saberia o que era). Assim funciona para os sentimentos.

Quando temos alguma divergência, pessoal, profissional e/ou familiar...na relação com o outro....devíamos nos focar nas atitudes, pontuar fatos, ações e comportamentos. Tudo isso pode ser criticado, falado, discutido e comentado (relacionar-se é isso....ter espaço para "discutir", senão não, não é relação e sim individualismo). E os únicos sentimentos a serem colocados são os "meus" se assim eu me sentir a vontade. Aportar sentimentos é que não é possível....pois em geral como falei antes, muito provavelmente estarei falando de mim e de sentimentos meus escondidos.

Mas algumas pessoas se acham "perfeitas" em suas ações (principalmente na profissão) e jamais admitem alguma pontuação crítica em relação ao seu fazer....cresceram na exigência da perfeição onde não foi permitido o erro e assim ataca toda e qualquer pessoa que possa ser um risco da "pessoa perfeita" que construiu, até por quê o mundo desmonoraria se admitisse que é passível de erro. Quem não permite erro também não sabe perdoar.

Aqui em casa permitimos sim os erros, os sentimentos ruins (visto pela maioria) e tudo pode ser dito e expressado. E mesmo numa discussão mais calorosa (temos sim e muitas), já mensionei antes que na emoção eu sou bem intensa, procuramos receber o que vem de cada um com  muito respeito e cuidado e damos o devido "espaço" para as falas serem refeitas e reformuladas e re-conversadas. Nada é fadado e lacrado...aqui temos espaço para erros e reformulações. Temos liberdade de seguir por um caminho, mas de voltar também se percebemos que o caminho foi errado. Uma conversa mal interpretada pode virar mais mil outras se for necessário...não costumamos encerrar um ao outro por um ato ou uma única conversa meio torta. Pretendemos criar os filhos na mesma relação que temos de casal .... com liberdade de expressão sem se sentirem envergonhados por aquele "defeito" ou "sentimento"....se aceitar é o principal caminho para conseguirmos aceitar o outro.
Posso sentir raiva, medo, angústia, sentimentos não controlamos, as ações sim podem ser controladas ...... eu só não posso projetar meus sentimentos em outra pessoa pois não me ensinaram a aceitá-los. Reconhecer os próprios sentimentos (bons ou ruins) é muito importante para os relacionamentos.



Só damos ao outro o que temos em nós....só reconhecemos no outro o que é conhecido em nós!!!!
Olhar o próprio umbigo pode nos livrar de mágoas e recentimentos.


O SÁBIO SAMURAI

Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.

Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se.

Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós?

Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — perguntou o Samurai.

A quem tentou entregá-lo — respondeu um dos discípulos.

O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre. — Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a serenidade, só se você permitir!

O que sai de você e o que você aceita depende únicamente de sua natureza!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vínculo

O que é vínculo?
Segundo o discionário:  Laço; atilho; nó. Tudo o que ata, liga ou aperta.
Sendo assim é o laço, atilho que nos une ao outro. Acredito que o vínculo se constrói, necessita de tempo e convivência. Ao contrário de afinidade:

Afinidade

"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples
e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.

A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas
nem pelas pessoas que as tem.  

Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir o clima afetivo de antes, é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,
plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,
é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,
a expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida do eu individual aprimorado.  "

(Arthur da Távola)

Afinidade é simples assim...você pode viver milhões de experiências, conviver por anos, realizar inúmeras atividades conjuntas, trabalhar junto, morar junto, viajar junto e não ter a menor AFINIDADE com a pessoa...e isso não se cria, não se constroe. Ou tem ou não tem. E por isso nós adultos deveríamos aceitar essa fatalidade da vida, sem melindres ou ressentimentos por quem não temos afinidades, mesmo querendo muito ou se achando no "direito" por ter convivido tanto ou ter trocado tantas experiências. Sem afinidade é bem possível que passada a situação que levou a um curto tempo de convivência, a suposta amizade acabe, acaba aquilo que só tinha sentido quando vinculada a alguma situação ou ação, alguma atividade em comum ...bem normal!
 As pessoas são diferentes e é só isso....
Vínculo é construído e sim pode ser estababelecido ao longo do tempo, da intimidade, da troca e da convivência, mas é necessário afeto.  Vínculo com afidade é espetacular e raro!

Vínculo não se garante pela consanguinidade, muito menos a afinidade! Conheço pais e filhos que são verdadeiros estranhos e passam uma vida não se entendendo, sem afetividade ou uma ligação mais forte!

Eu acredito tanto que este vínculo tem maior chances de ser construido pela amamentação, pois as bases do vínculo são: aconchego, pele, colo, toque, carinho, proximidade e não existe momento melhor que a amamentação para isso, para construir esse afeto. Não posso afirmar que quem não amamenta não tenha igualmente oportunidades de fornecer todo esse afeto ao filho, porém acredito que geralmente quem não tem disponibilidade para amamentar é quem em sua maioria tem necessidade de espaço e procura deixar o filho mais independente com mamadeiras (que logo o próprio bebê segura sozinho), o bico para toda e qualquer situação de angustia, medo ou insegurança, geralmente é a mesma pessoa que acha que bebê precisa se acostumar longe da mãe, que deixa chorar para não ficar manhoso e é essa mesma mãe que sem perceber perde ótimas oportunidades de criar laços que são eternos.

Logo eles crescem, é tão rápido, as agendas lotadas, as rotinas intermináveis impedem cada vez mais o contato, o colo, os carinhos.....e aí passou! Eles crescem rápido demais para perdermos oportunidades tão preciosas!

Eu sim sou a favor de colo, de dengo, de cheiro, de afago....bebê precisa de mãe e de presença!

Dá trabalho amamentar...sim...é bastante trabalhoso servir de consolo, amparo, esteio, alimento, conforto o tempo todo! Mas o vínculo que venho formando com minha pequena nesta caminhada de quase um ano é incrível...incabível em palavras e quanto mais grudada em meu seio maior é a maturidade dela.

São as carências que mantem dependências.....hoje de bicos, mamadeiras, depois dos doces...depois dos vícios...talvez os compulsivos!!!

"A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia." Ludwig Beethoven

Assim como a música e a melodia a amamentação é vinculo e é VIDA!




Obs. Conheci um tanto de pessoas até agora....estudei em vários colégios, morei em vários lugares, trabalhei em várias empresas, festas, ....muitas melhores amigas, muitos namorados, familia pequena...me acostumei com o ir e vir das pessoas em minha vida...guardo boas lembranças, ensinamentos e bastante gratidão mas poucos vínculos. Pouco afeto? carências genuínas? Respostas para outro post!!!!  Hoje me dedico e me esforço muito a quem também se dedica na relação. Construo continuamente alguns vínculos, relações muito fortes e consistentes, mas poucos. Tenho muitos conhecidos, colegas, amizades, mas poucas pessoas intímas e apenas duas pessoas com grande afinidade! Poucas, verdadeiras e fortes relações!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Nunca mais estarei só....

"A maioria das pessoa busca na diversão uma liberação do pensamento...eu me divirto com os meus pensamentos"


Eu sempre lidei melhor com os pensamentos que com as palavras...mesmo ministrando aulas, inúmeras palestras e reuniões e feedback para os pacientes e assim parecendo, aos olhos de quem me ouve, uma pessoa que domina o verbo. Ainda prefiro os meus pensamentos, sou a minha melhor amiga, gosto de pensar. As pessoas mais intimas sabem que quando converso com emoção geralmente sai atrapalhado, misturado, com emoção demais e razão de menos, intensa e não raro sou mal interpretada.

Gosto sim de boas conversas... conversas de alma...mas tenho poucas pessoas que consigo ter conversa de alma (acho que só duas)...conversa de alma é quando você "está" com alguém, quando o pensamento fica quieto (liberto), praticamente uma diversão, pois tudo que sai da boca vem da alma e vai para a alma, fácil e leve.

Então em sua maioria tenho mais prazer em estar comigo mesma.
Mesmo as coisas que amo...amo fazer sozinha!
- O Mar....de preferência sozinha!
- Um livro.....lendo sozinha!
- Um filme.....pode ser sozinha!
- Cozinhar....sozinha!
- Pintar e fazer artesanatos....sozinha!
- Correr....sempre sozinha!
Amo esse encontro...esse lugar...sem tempo e sem espaço...companhia melhor não há!

"A minha casa fica lá de traz do mundo
Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
mas como é que a gente voa quando começa a pensar


Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora".... (Caetano Veloso)


Fui uma adolescente que fez de tudo...festei muito.... vivi muita coisa....fui em muitas festas (muitas mesmo)....e sempre alheia a bebida (não me agrada), a cigarros (horrivel), ao agito (detesto), drogas (nem pensar)...eu dançava, sim eu gosto de dançar (pode ser sozinha). Namorava também, muito embora na maioria ...jesuis, como era melhor estar realmente só!
Nunca achei qualquer festa melhor que o prazer de estar sozinha.......e na maior parte das vezes sempre me sentia sozinha na multidão!

Amo conviver com o Italo e realmente amo pois eu jamais casaria com alguém que me tirasse o prazer de estar sozinha para "estar com alguém" que não fosse no minimo ótimo. Mas mesmo assim ele sempre respeitou essa minha necessidade de espaço....de ficar quieta...de ficar sozinha!

E a Clarinha chegou em minha vida...grudada....não me larga e não me deixa nem um minuto sozinha! No começo confesso que foi sufocante....e não tive tempo de pensar se eu gostava ou não dessa invasão toda! Ela literalmente me invadiu!
Hoje ficamos as duas no silencio...pois ela ainda não fala....e eu quase não sei se consigo ficar sozinha de novo! É assustador....
O olhar, um sorriso, uma mãozinha pequena desajeitada no meu rosto tentando um carinho e eu estou mais com ela que comigo! E pior (ou melhor) ...eu AMO!

Nunca mais estarei só?

Não sei....não sei se teremos conversas de alma quando ela conseguir elaborar o pensamento em palavras! Mas nunca...nunca esquecerei esse sentimento que me invade e que me faz pensar que nunca mais estarei só!!



Um lugar diferente .....
Um lugar que pode ser tão bom quanto o de estar sozinha!!!!
O de mãe com uma filha!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Criança do signo de áries

Quando li a descrição achei exagerada principalmente neste início...mas não é que em sua maioria achei a Maria Clara furacão escrita!
"A criança de Áries tem uma energia inacreditável. Uma energia de fogo que ninguém consegue conter. Vários adultos se esgotam tentando sucessivamente acompanhar esse fogo da criança ariana.
Independentes, e voluntariosos são desde pequenininhos avessos à autoridade, ordem e imposição. Entre a vontade de alguém e a própria vontade, escolherão sempre a deles.
Rápidos, são um pouco prematuros em tudo. E acelerados também. Comem rápido, movem-se rapidamente e aprendem a fazer tudo de primeira. Impacientes e apressados, podem ser um pouco estabanados durante a infância.
É comum ver uma criança ariana cheia de dodóis. É porque não tem medo de nada.
São impulsivas e se atiram em brincadeiras que podem causar ferimentos, fraturas e cortes. Pensam que eles ficam com medo? No dia seguinte, estão montados na mesma bicicleta que os derrubou na véspera ou, no mesmo balanço que os machucou no dia anterior.
Perto de uma criança de Áries, é sempre bom ter à mão band-aid, gaze, mertiolate, pomada cicatrizantes e antinflamatórios. Ela gosta de viver perigosamente.
Não prometa nada para uma criança de Áries, se você não puder realizá-la imediatamente. São ansiosas e para elas, amanhã, é tarde demais. A realização de um desejo ou de uma necessidade para uma criança ariana tem que ser na hora.
Com uma saúde invejável, dificilmente se gripam ou tem essas doencinhas das crianças em geral. No entanto, podem ser sujeitos a febres altas, se vierem a ter qualquer probleminha de saúde. Aliás, esta criança tem uma temperatura elevada. A temperatura do fogo. Sente muito calor e é indispensável deixá-la com poucas roupas, em ambientes abertos e arejados. Parte do dia, deve ser vivido ao ar livre - a céu descoberto.
Esta não é uma criança que se possa prender muitas horas num apartamento, numa escola, num quarto, numa creche. Ela precisa de espaço para se movimentar e gastar toda a energia que possui. Em excesso.
É aconselhável que ela possa praticar exercícios, atividades físicas e até esportes desde cedo. Caso contrário, vai se tornar agressiva, inquieta, e briguenta. Ela precisa poder extravasar seus impulsos de raiva e hostilidade. Não queiram presenciar um ataque de fúria ariana. É violento. A vantagem, é que é passageira. É como uma descarga de energia concentrada.
Um líder nato, mesmo na infância, os arianos costumam decidir para os coleguinhas, para os irmãos qual a brincadeira ou, qual o jogo, ou quem vai participar, ou qual as regras.
Ficarão uma fúria se não forem obedecidos. Competitivos natos detestam perder, e não têm o chamado espírito esportivo. Precisam vencer.
É muito difícil tirar o espaço ariano.
Eles brigarão para sentar no banco da frente, para garantir o seu lugar à mesa, o melhor quarto da casa, o programa de televisão que querem assistir, etc... Em compensação, como são muito independentes, não precisam de paparicos, cuidados e mimos. Pelo contrário, precisam mostrar, desde cedo, que podem fazer as coisas sozinhos tomar banho, comer, se vestir, atravessar a rua etc...
É recomendável deixar o pequeno ariano fazer o maior número de atividades por dia por conta própria. Com isso, se sentirão dono do seu nariz e, portanto, mais calmos. Em compensação precisamos vigiar minimamente o que estão fazendo. Por pura excitação e envolvimento com as brincadeiras e com suas atividades se esquecerão de ir ao banheiro, de beber água, de comer e de que tudo isso existe. Nunca demonstram cansaço e, por eles mesmos, não vão querer dormir. Acabam caindo no sono por exaustão. Mas combaterão ao máximo, a chegada desta hora.
Adoram o sol, a praia, os dias claros. É uma maldade deixar uma criança dessa trancada em casa nesses belos dias.
A personalidade deles é forte, e, se deixarmos, assumirão a autoridade da casa e, darão ordens para a empregada, os avós, o pai e a mãe e principalmente os irmãozinhos.
A relação dos pequenos arianos com os adultos, principalmente com os que exercem autoridades (professoras, pais e etc) serão sempre tensa, pois eles não são obedientes. Além do mais, eles não ficam nem parados para ouvir as suas ordem ou seus conselhos.
O grande desafio de se educar um pequeno ariano - e põe desafio nisso! - é fazê-lo ter um pouco mais de paciência para conseguir as coisas e, um pouco mais de consideração pelos demais.
O pai será a pessoa indicada para lhe impor algum respeito. Mas para isto, ele próprio deve ter uma personalidade forte e, não ser, ele mesmo submetido a ninguém. Deve ter também um forte lado aventureiro, esportivo ou atlético. Assim, será respeitado por esta criança, louca por um modelo de herói. Geralmente, Tarzan ou os campeões esportivos.
A escola, os estudos, os horários e tudo o que envolver disciplina e contrariedade a sua vontade, é um pouco difícil para essas crianças cumprirem. De alguma maneira, essas atividades têm que ser estimulantes e interessantes para o seu enérgico e inquieto espírito. Áries, é um signo de fogo e, como tal, dá à personalidade um tom ativo, forte e de poucas frescuras .


Os meninos vão gostar de todos os jogos e brincadeiras tipicamente masculinas carrinhos, bicicleta, kart, brinquedos com motor, espada, metralhadoras, luvas de box, bola, etc...


As meninas possivelmente gostarão mais de brincar com os meninos e, podem achar as outras garotas um pouco chatas.
Bonecas e panelinhas não serão os brinquedos favoritos dessas crianças.
Vão gostar de andar de patins, pular corda, nadar, jogar bola e inventar brincadeiras criativas, que dependam muito mais do físico do que de brinquedos caros e sofisticados.
Finalmente, esta é uma criança franca e expontânea.
Diz o que pensa e o que sente, na frente de quem quer que seja.
Em compensação, é uma criança com quem se pode também falar claro e direto, sem o uso de mentirinhas e subterfúgios"

Fonte: http://www.marciamattos.com.br/kids1.html

Nem vou falar que ela é meu oposto....sou tão parada que faço fotossíntese fácil! Jesuis....veio me ensinar a fazer ginástica só pode!!!

sábado, 7 de janeiro de 2012

O Primeiro dentinho

Desde os quatro meses eu e o Italo tínhamos a impressão que o dente nasceria logo...é hoje...amanhã acho que ele vem e por meses ficamos nessa de pensar que logo viria. Ela já teve febre, vômito, diarréia, insônia, agitação, falta de apetite, babação, engatinha, fala mama, quase anda já...mas dente que é bom nada!

Chegamos da praia e já percebi um comportamento atípico...mas é tão comum isso que deveria ser a regra já pois qualquer coisa altera sono, alimentação e comportamento. Ontem percebi um pontinho de sangue e hoje finalmente senti uma serrinha.

E como ela tá chatinha a minha pequena...só quer colo, mamar e mamãe...tadinha...deve doer esse negócio! Eu não lembro como foi comigo no meu primeiro dente...que bom né? Então ela também não terá recordações!




Minha monodente...espero que os outros venham mais rápido...decididos!!!

Meu Eu




"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:....- E daí? Eu adoro voar!.....Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!"
(Clarice Lispector)

Ainda não achei descrição melhor de mim.....
Quem sabe em 2012 eu encontre outra!

Férias

Como eu esperei essas férias....adorooooooooo demais ficar assim sem compromisso e dessa vez programamos alguns dias num local que amamos de paixão e voltar lá com a Clarinha foi muito especial. Primeira viagem da nossa pequena.
A viagem no carro precisou de algumas paradas até ela dormir e depois que dormiu só acordou no nosso destino.
A primeira noite foi um pouco agitada, mas as outras nem tanto, acordava mais que o normal e um pouco assustada.
Procuramos manter os horários de sono e comida e isso ajudou bastante.
Seu primeiro encontro com o mar ..... ela ama água e seria lógico que amaria o mar!
Levou umas 8 picadas de mosquito e sobreviveu...nenhum sintoma, nem inflamação.....bendita imunidade leitídica materna.
Fez sol, fez chuva, fez nublado...
Há um outro lugar que eu posso chamar de "LAR"... meu segundo lar!
E lá tem Mar ....como eu preciso do mar! Ouvir o mar, sentir o mar, me energizar com o mar, contemplar o mar!

"Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você for"
(Marisa Monte)





Café da manhã no deck da praia
Sacada do quarto...dormir e acordar com o som do mar!



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

!Feliz 2012!


Começo 2012 renovada....precisava de alguma "passagem" para me reestruturar. Terminei 2011 feliz e plena como comentei em outro momento mas completamente exausta! Pilha nova....ficar de pernas pro ar...adoro o "fazer nada" é justamente neste lugar que tenho as melhores idéias, as melhores reflexões, ensinamentos e aprendizados! E eu lentinha, nesse meu jeito de ser, preciso de tempo. Tempo que revigora, que reestrutura, que acalma, que cura!

Passamos a ano novo em Zimbros, num lugar que amamos, que frequentamos desde a época de namoro! Calmo mas com a força e a benção do mar! Apenas eu, Italo e Maria Clara..... e um pequeno grupo de pessoas desconhecidas, hóspedes e familiares dos proprietários que moram na própria pousada.

Não tivemos ceia tradicional....
Não estouramos champagne.....
Não fizemos contagem regressiva....
Nenhum ritual (pasmem)
Nenhum compromisso...

Nos beijamos
Nos abraçamos
Nos felicitamos com a presença

Clarinha dormiu antes da virada, ficamos contemplando-a e nos namorando e assim ......

........O ano começou.....
Um novo começo!

" Tudo tem seu apogeu e seu declínio...
É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela!...
Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço! " Chico Xavier

Obs. Nova roupa para o blog, novo endereço.





A ceia







Muito amor, paz, saúde e prosperidade!
Que assim seja!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

!Natal!

O Natal! Ahh...o Natal! Tenho tanto para falar do Natal. Eu amo o Natal...assim como amo vários rituais e sou completamente ritualista e adoro passagens, símbolos, simbologias e Natal me emociona. Mas durante a minha vida não lembro de um Natal feliz! E pensando no post sobre o Natal, foi inevitável rever meus outros Natais e pensar no quanto eu simplesmente não escrevo aqui sobre a minha vida, sobre a minha família (de origem), sobre a minha profissão e sobre o meu "eu" antes do Italo. Então vamos lá....vamos revirar um pouco esse meu passado!

Sou primogênita de uma família de interior e cresci no mato, na rua, nos campos com cachoeiras e tive uma infância bem feliz até os 7 anos quando viemos para Blumenau. Esse registro está em minha memória, em meus registros de infância. Muito embora no discurso de minha mãe, eu tenha sido um bebê que chorou até os 3 meses, não mamou (eu neguei o peito, tinha nojo, segundo ela) e fui muito doente com bronquites (em torno de umas 10 internações), e era bem feia. Não foi muito fácil crescer com estes dizeres dela e na maternidade tudo isso voltou com uma força incrível! (merece outro post)
Continuando... aos 4 minha irmã nasce linda, loira de olhos verdes, quietinha, só dormia e mamava....ah sim, ela mamava muito bem e era muito saudável! Eu fiquei completamente ciumenta, regredí, voltei a chorar muito e pedia a todos os famíliares para levantarem a mão quem me gostava. Esse comportamento me assombra até hoje em minha família que insiste em lembrá-lo e passei uma vida sofrendo o rótulo de mimada, chorona, sensível, chata, fraca, frágil e a frase que me acompanha até hoje é: "Quem gosta de mim levanta o dedo" com direito a tom choroso, toda vez que ela é pronunciada em encontros de família em meio a risadas. Não sei se sabem que uma "brincadeira" na visão deles teve tanto peso na construção da minha identidade.
A minha vida foi tentar provar o tempo todo o contrário de todos os adjetivos que me assombravam e me encerravam ... demorei a saber quem eu era.
O lugar que encontrei para crescer, forte, grande, importante, admirável.... foi a do estudo...e como estudei nesta vida...a primeira da classe, graduei em fonoaudiologia (lógico que me apaixonei completamente por aquilo que faz parte faltante em meu ser: fase oral completamente mau resolvida); pós; mestrado e junto destes títulos assumí posturas arrogantes, que me davam certeza da minha força, trabalhei em lugares que me enalteciam, hospital, clínicas conceituadas e passei a ser a Fonoaudióloga. Por 9 anos vivi neste papel a minha única possibilidade de "Ser" (profissional respeitada e realizada) e junto a alguns relacionamentos fracassados....ainda não conseguia saber quem eu era. Era apenas quem eu não queria ser: fraca!

A família (pai, mãe e irmã) cheia de buracos e ainda hoje acho dificil para eu defini-la. Meus pais se separaram quando me graduei, faz tempo. E mesmo antes, sempre houveram muitas brigas, discussões, imposições e os Natais com pouca alegria. Não tinha como transformar em felicidade plena um único dia se nos outros 364 dias do anos as relações eram tão conturbadas, inflamadas. Amo meu pai, minha mãe e minha irmã, sou grata pelos valores tão importantes que recebi e pela educação que me fez ser quem eu fui por 32 anos .....mas as relações não eram boas, saudáveis, não na minha vida pelo menos e venho ao longo dos anos retomando e redefinindo e reelaborando a minha relação com eles. Hoje muito melhor....muito melhor! Mas durante muito tempo me achei uma estranha no ninho, minha alma não se encaixava.... mesmo tendo muitos momentos felizes em família e recordações felizes, não era a família dos meus sonhos, eu não encontrava o conforto de um "lar" e os Natais não eram plenos! Eu sonho, sempre sonhei muito....sempre desejei encontrar um lugar, um "lar" para a alma, um conforto no espírito!
 - * Deixando bem claro que meus pais foram ótimos pais.... verdadeiramente...excelentes nos papéis de "PAIS". Porém não como casal e consequentemente como família (no "meu" ponto de vista)...pergunte a qualquer criança e ela te responde que mais importante que ser amada é ver os pais se amando e se respeitando. E por último deixo bem claro que não estou aqui para apontar, nem para acusar alguém do meu "eu" do passado que não gosto, eu sou totalmente responsável por aquilo que sou nas relações!

Quando encontrei o Italo já tinha me encontrado.... fui saber quem eu era em São Paulo.... deixei de ser Fonoaudióloga por 2 anos (mesmo estudando), me distanciei da Profissional Fonoaudióloga, fui aluna só e pude ser Grasiela.

Por isso este Blog começa na trajetória de nosso casamento e parece que eu começo neste momento pois antes disso tem muito pouco de "EU" e ainda um "eu" que não gosto muito. Sei que a trajetória é tão ou mais importante que a chegada.... ela é a parte importante deste "EU". Mas só gosto de falar da Grasiela esposa, dona de casa, mãe, mulher ..... me encontrei nestes papéis e os amo muito. Não tennho vontade de falar da profissional, da filha e da irmã. São papéis em reestruturação ainda, nova roupa, para uma nova pessoa.

E este Natal...UFA! Este Natal era importante demais....o primeiro em que eu estou plenamente feliz...feliz por ser quem eu sou....com uma família, a minha família que me traz a paz, o conforto que tanto busquei! O Natal no meu "LAR" o lar que revigora a minha alma, o Natal com a minha família, comemorar um dia feliz, tão feliz quanto todos os outros 364 dias felizes que tivemos neste ano.
Me empolguei muito....fiz uma árvore com tanto gosto, enfeitei muito, enfeitei a casa do meu jeito, da minha forma, comprei um presentinho para todos, fiz um jantar que modesta parte estava muito gostoso e celebrei e agradeci muito por ter a família que tenho! Foi o melhor primeiro Natal que tive!!!
Amo muito você meu amor Italo....amo eu com você!
Amo muito você minha filha Maria Clara....amo eu com você!
Amo o Natal com vocês minha família!





Famílias