quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quinto mês

Clarinha completou cinco meses e neste ultimo foi o mês do "fazer"... e como a gente acha coisa pra fazer "deusolivre". Conforme ela vai se desenvolvendo, vai se comunicando melhor e se adaptando as rotinas, aos ambientes e interagindo com os brinquedos, nós (eu) achamos mais atividades para realizar: cuidar mais da casa, da roupa, de namorar o marido, das amizades, da aparência, do lazer, começar a organizar o Natal, o início da Creche dela, ler os e-mails, atualizar alguma coisa acadêmica, a volta ao trabalho e o tempo passa voando....tanto que demorei 9 dias para escrever o post deste mês.

E é incrível como os bebês/crianças se adaptam, e nós os adultos também, mas o foco é a Clarinha e percebo o esforço que verdadeiramente ela faz quando eu peço para ela esperar para eu estender a roupa, esperar para eu conversar com a amiga,  esperar para eu resolver as coisas no trabalho, esperar para eu comprar presentes e coisas pessoais, esperar eu fazer a unha, esperar eu fazer a comida. E se a gente continua freneticamente FAZENDO, passa o dia e a filha ESPERANDO. Esperando o colo, esperando a atenção, esperando uma conversa, esperando brincar com a gente.

Esse mês foi literalmente o treino de como conciliar todas as 394578 coisas que realizamos/fazemos, e ao mesmo tempo conseguir olhar ela de verdade, se relacionar e dar atenção exclusiva e de qualidade à filha tão esperada e amada. Confesso que a amamentação ainda exclusiva ajuda MUITOOOOOOO, pois não interessa o que estou fazendo e nem onde estou eu paro tudo e ficamos lá nos namorando até ela acabar de mamar (o mundo não tem importância deste momento).  Por que na real isso é o que mais importa e nunca mais terei a oportunidade de voltar naquele momento, naquele mês da vida dela. Todo o resto pode esperar, posso refazer, posso reparar, posso retomar. A qualidade do desenvolvimento da Clarinha, a consistência da nossa relação, o bem estar físico e emocional dela que são frutos de todos esses pequenos, importantes e decisivos momentos que não voltam.

Na adaptação de tudo isso procuro sempre contar a ela o que iremos fazer a seguir e/ou naquele dia. Onde vamos, o que faremos, quem encontraresmo. Pode parecer tolo, banal e na maioria das vezes esquecemos (eu que sei a importância e me policio muito, eventualmente esqueço). Mas faz toda a diferença para ela conseguir se organizar para o que há por vir! E assim enfrentar da melhor forma essas nossas rotinas malucas da vida que levamos nos dias de hoje. Tem dado muito certo....ela realmente parece sempre muito feliz, tem uma saúde abençoada, come bem e dorme muito bem!

O "fazer" não foi apenas o meu verbo do mês....foi o dela também!!! E como fez coisas novas neste mês......

- ela já rola freneticamente de um lado para o outro, se divertindo muito
- continua em amamentação exclusiva (sem água, chás, sucos, frutas, nem leite de vaca)
- acorda apenas uma vez pra mamar a noite (num único dia dormiu a noite toda até de manhã)
- dá gargalhadas deliciosas
- balbucia mam, mam e eu sei que é Mamãe
- senta com apoio e sem apoio por minutos
- adora ficar em pé
- odeia ficar deitada
- odeia o bebê desconforto
- estica as mãos para pegar brinquedos
- vira o rosto quando não quer algo (tirar fotos, ir no colo de alguém, receber um beijo)
- coloca o pé na boca e chupa
- sorri para quase todas as pessoas e chora para algumas eventualmente (principalmente se a arrancam do meu colo sem uma "aproximação" com calma para que ela perceba a pessoa e não levar um susto)
- quando quer dormir esfrega os olhos
- quando mama coloca a mão no olho se tem muita luz e no ouvido se tem muito barulho
- gosta de mexer na orelha ou pegar o pé enquanto mama
- quando vou no berço de madrugada encontro-a de bruços






Não existe melhor sensação do que o olhar dela brilhoso me procurando na multidão...... é o olhar mais significante que já tive!



"Meu medo vai embora
Se você, se você me olha
Meu medo vai embora
Quando você me olha [...]"
JAIR OLIVEIRA. Quando você me olha. Olha pra mim. Universal, 2002.



Amor, sem temor, olho o que eu olho me olhar
[...] Nos seus olhos meus, me vejo no que vejo ali
LOKUA KANZA; CARLOS RENNÓ. Mar e Sol. Hoje. Trama, 2005.